Abertas as inscrições para a Olimpíada do Futuro
Unir o conhecimento aprendido em sala de aula com os grandes temas contemporâneos, de modo que os adolescentes e jovens possam empregar suas habilidades para resolver problemas da realidade ao seu redor. Esse é o princípio da Sapientia - Olimpíada do Futuro, uma gincana que envolve alunos do 9o ano do ensino fundamental II, do ensino médio (incluindo 4o ano de cursos técnicos) e aqueles formados no ensino médio em 2019 – universitários, professores e pais também podem se inscrever, mas só participam até a segunda fase. Além de receber medalhas e troféus, os melhores projetos podem ser implementados. No ano passado, os vencedores foram estudantes do Sesi Mossoró, no Rio Grande do Norte, que inventaram um canudo biodegradável e comestível feito com mandioca e cera de carnaúba. As inscrições foram prorrogadas para até o dia 22 de maio.
(Estudantes vencedores da Sapientia 2019, do Sesi Mossoró, e Gustavo Wigman/Divulgação)
Esta é a segunda edição da Olimpíada do Futuro. Criada no ano passado, em uma parceria entre a Companhia das Letras e o Instituto Vertere, a competição foi desenvolvida a partir do livro “21 lições para o século XXI”, do professor israelense Yuval Noah Harari, e da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), que estabeleceu os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para o planeta. Entre esses objetivos estão erradicar a pobreza e a fome, promover saúde e educação de qualidade, reduzir as desigualdades, atuar para a igualdade de gênero, apostar em energias renováveis, adotar produção e consumo sustentáveis e medidas de ação climática. No ano passado, cerca de 4 mil estudantes se inscreveram na competição.
“A intenção é trazer para os alunos a chance de se conectarem com os temas contemporâneos do livro do Harari e que os cercam o tempo todo, não só para entenderem mais profundamente essas questões, mas criando a necessidade de pensar de forma estruturada em soluções viáveis para problemas como as consequências do fluxo de refugiados ou o futuro da empregabilidade”, explica o presidente do Instituto Vertere, Gustavo Wigman.
(Imagem do canudo biodegradável e comestível desenvolvido na edição anterior/Divulgação)
A olimpíada começa com uma prova individual de múltipla escolha sobre temas da atualidade de 16 a 22 de maio. As maiores notas passam para a segunda fase, com prova discursiva sobre desafios globais a ser realizada entre 13 a 19 de junho. Os selecionados para a próxima fase (entre 150 a 250 estudantes) vão elaborar um pré-projeto individual para solucionar um problema da vida real e apresentá-lo até 27 de julho. Pode ser um produto, um serviço, uma ação comunitária, um projeto educativo, um projeto de lei, uma startup, um aplicativo, uma produção literária ou audiovisual, ou ainda outro formato. Os escolhidos (de 20 a 50) partem para a quarta fase, em grupos: cada um convida outros estudantes e um professor de sua escola para participar. A ideia é que eles construam protótipos ou desenvolvam o projeto e, para isso, recebem auxílio de diversos profissionais das áreas de finanças, design, negócios, comunicação... Entre setembro e outubro eles apresentam seus trabalhos e, em dezembro, os ganhadores são conhecidos.
“A Olimpíada busca ser um momento não só de fomento ao ensino e ao aprendizado, mas também de renovação das práticas educacionais. O seu objetivo final é despertar nos alunos o interesse pelas questões cruciais da contemporaneidade e, ao mesmo tempo, prepará-los para desafios do nosso presente e futuro”, comenta Wigman. No ano passado, as vinte equipes desenvolveram trabalhos com educação, lixo, poluição, agribusiness, geração de renda, fome e saúde. Dessas, 11 eram do Nordeste, 7 do Sudeste e 3 do Sul do país.