Brasileiras e brasileiros que fizeram história são tema de novo livro de Sandroni

Originalmente publicado no Blog da Brinque
Em resumo Para leitor juvenil, autora premiada da série Ludi faz minibiografias de mulheres e homens que foram expoentes em suas áreas e em suas lutas Maria Quitéria foi a primeira mulher a se integrar ao Exército. Lutou pela Independência do Brasil, fugiu de casa para se alistar e chegou a fingir que era homem, o "soldado Medeiros", antes de ser aceita. .

Maria Quitéria, em ilustração de Guilherme Karsten para o livro Era uma vez

Chiquinha Gonzaga viveu um casamento por obrigação, sustentou-se sozinha como pianista numa época em que as mulheres viviam confinadas em casa, escreveu Abre alas, importante marcha de Carnaval, e tornou-se uma maestrina inovadora, misturando ritmos europeus e brasileiros. Antonieta de Barros, educadora filha de escrava liberta, elegeu-se deputada nos anos 30. Foi a primeira mulher negra a chegar a esse posto. Bertha Lutz, cientista, trouxe o feminismo europeu ao Brasil e lutou pelo direito das mulheres ao voto. Já a alagoana Nise da Silveira inovou o tratamento psiquiátrico, humanizando-o e introduzindo a arte como forma de expressão do inconsciente dos pacientes. Carmem Miranda, artista ícone da cultura brasileira mundo afora, desenhava seu próprio figurino e, na juventude, trabalhou numa loja de chapéus. Ela foi uma das principais atrizes do nosso país, mas, quando criança, Cacilda Becker pediu à mãe que mudasse de cidade para conseguir estudar. Queria ser presidente de uma companhia de carros para sustentar a família.

Antonieta de Barros retratada pelas mãos de Guilherme Karsten

Quer mais? Claro! O novo livro da premiada autora da série Ludi,  Luciana Sandroniilustrado pelo premiado Guilherme Karsten e pela artista plástica Natalia Calamari, lista ao todo 10 mulheres e 10 homens que marcaram a história do Brasil. Era uma vez 20  reúne biografias curtas de cada um deles, ao todo 20 histórias reais, que a autora conta fiel aos fatos, ficcionalizando alguns diálogos e detalhes, o que deixa as narrativas gostosas de ler, leves e atuais para o jovem leitor. Sandroni quis fugir do tom frio e enciclopédico das biografias. "E se a gente priorizasse a infância dessas pessoas? Fui me animando com essa questão da infância delas todas", conta. Como é para jovens, pensou em usar diálogo, leveza e perguntas, para que o leitor imaginasse as situações, cenários, desafios. A família das pessoas que retrata aparece com destaque e quase todas as histórias começam contando o nascimento dessas personalidades. De um lado, o leitor encontra as histórias femininas. De outro, virando o livro, as biografias dos homens notáveis, como por exemplo: Zumbi dos Palmares, um dos mais importantes líderes da resistência negra à escravização no Brasil Colônia.

Zumbi dos Palmares, por Natalia Calamari

Monteiro Lobato, escritor, foi o primeiro a fazer histórias para crianças que realmente retratassem a vida, a imaginação e o jeito de ser delas. Criou personagens inesquecíveis como Narizinho, Pedrinho, Emilia, Cuca e Visconde de Sabugosa. E Pixinguinha, flautista, um dos mais brilhantes compositores brasileiros, autor músicas que se tornaram ícones da nossa cultural musical, como "Carinhoso".

Cem nomes e um ano de pesquisa

Sandroni recebeu um convite do Grupo Brinque-Book  -- o livro sai pela editora Escarlate -- para o projeto de Era uma vez 20. Pesquisou uma lista de cem nomes, entre homens e mulheres. Desses, selecionaram 20 pessoas. Como o texto seria um pouco maior do que uma mini bio, decidiram manter 10 nomes para cada gênero.

Natalia Calamari desenha Pixinguinha para o livro Era um vez, de Luciana Sandroni

A lista final foi definida em parceria com as editoras da Escarlate e Sandroni levou cerca de um ano na pesquisa e redação do texto. Consultou livros -- em sua maioria -- e também filmes, obras, músicas, entrevistas. Com algumas dessas personalidades, Sandroni já tinha uma relação afetiva. É o caso de Monteiro Lobato, por exemplo, autor de livros que a mãe lia para ela desde a infância. Pixinguinha e Villa-Lobos também eram conhecidos de infância e adolescência. Outras personalidades Sandroni foi conhecendo melhor durante a feitura do livro, como Cacilda Becker, cuja determinação desde a infância e o desejo de aprender a surpreenderam. De Grande Othelo, de quem ela conhecia a obra, também descobriu um pouco mais da vida: aos 8 anos, ele pediu autorização à família para ir embora com o circo. ---

Eles todos já eram meio geniais desde a infância

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Luciana Sandroni, autora de Era uma vez 20

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E você? Já pensou em qual seria sua lista afetiva de mulheres e homens notáveis? Conta para a gente nos comentários!
Este texto foi publicado originalmente no Blog da Brinque e estava hospedado no site da Brinque-Book. A editora Brinque-Book foi integrada ao Grupo Companhia das Letras em outubro de 2020 e a migração deste conteúdo para dentro do Blog da Letrinhas tem como objetivo somar conhecimentos, unificar os blogs e fortalecer a produção de conteúdo sobre literatura infantil, leitura e formação de leitores.
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